quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Virtudes da infância

 
                                        Mateus 18: 1 a 4

A cena descrita no início do capítulo 18 do Evangelho de Mateus é uma típica conversa envolvendo os pensamentos, interesses e valores do mundo dos adultos. Os discípulos discutiam, entre si, para saber quem era o maior no reino dos céus. Em resposta, Jesus chama uma criança e coloca no meio deles dizendo que mudassem o foco dos seus pensamentos, que retornassem para a infância, e se humilhassem como aquela criança.

Um dos aspectos deste ensinamento do Senhor Jesus é que no processo de crescimento, no decorrer do nosso amadurecimento, perdemos virtudes que estavam presentes em nossa infância.

Virtudes, de forma simples, podem ser definidas como “inclinações naturais para o bem”, tais como:

Receptividade; Dependência Confiante; Espontaneidade; Divertimento (Contentamento); Simplicidade; Sensibilidade; Inocência; etc.

O processo de amadurecimento pelo qual passamos constantemente é constituído, em grande parte, pelas reações que adotamos diante das experiências da vida, muitas de alegrias e vitórias, porém muitas de derrota, rejeição, dor e sofrimento.

Em função disso:

  •  Nós nos tornamos excessivamente cautelosos.
  • Assumimos uma postura altamente comprometida com o “Não Sofrimento”.
  • Desenvolvemos defesas contra a possibilidade de experimentar a dor da decepção.
  • Passamos a suprimir ou camuflar nossos sentimentos e necessidades para alcançar aceitação dos outros.
  • Vivemos em busca de sucesso e poder ou de coisas que pelo menos da aparência destes valores.
  • Manipulamos as pessoas para atingir nossos objetivos.

Portanto, em reposta às experiências do processo de amadurecimentos deixamos de ser tão receptivos como éramos na infância. Trocamos a simplicidade da vida pela sofisticação complicada e custosa que a sociedade nos impõe. Ainda trocamos a sensibilidade pela manipulação, a inocência dá lugar à malícia. Não nos contentamos mais com pequenas coisas, como na infância. E, numa flagrante inversão de valores o que era virtude passa a ser considerado fraqueza.

Perdemos, gradativamente, as virtudes que possuíamos na infância quando tentamos enfrentar, sozinhos, as experiências da vida. Não corremos mais em direção aos braços do Pai, mas sim procuramos soluções que estejam sob nosso controle. E, quanto mais êxito, mais gostamos desta sensação de controle e poder.

Crianças não detêm o poder. São dependentes e confiam incondicionalmente no Pai.

Para tornar-se criança na conotação dada pelo Senhor Jesus no texto de Mateus 18, é preciso humilhar-se no sentido de abandonar as estruturas de auto-proteção que construímos ao longo da vida, abandonar a “sofisticação” que desenvolvemos para lidar, sozinhos, com os problemas e com as pessoas. Enfim, abandonar a auto-suficiência diante de Deus.

Esta humildade nos levará para uma vida de dependência confiante, de reconhecimento e gratidão a Deus. Ao passo que a auto-suficiência nos conduzirá ao orgulho e nos levará para longe de Deus.

D. L. Moody (1837-1889), em uma de suas exposições, conta que entre os árabes, há um dito popular que diz: “Conforme crescem o trigo e o joio, eles mostram quem Deus abençoou. As espigas que Deus abençoou curvam suas cabeças e agradecem por cada grão, e quanto mais fiéis mais baixas suas cabeças ficam. O joio ergue sua cabeça bem acima do trigo, porém suas espigas são ocas, elas apenas frutificam o mal.”

Então, o primeiro passo para resgatar as virtudes que estavam presentes na nossa infância é se humilhar, como uma criança, diante de Deus, abandonar toda a “sofisticação adulta” construída em torno das conquistas, do sucesso, do ativismo, das atividades e do orgulho. E, voltar a ser simples e dependente de Deus.

“Confie no Senhor de todo o teu coração; e nunca pense que a sua própria capacidade é suficiente para vencer os problemas.” Provérbios 3:5 (BV)

Luis Palmeira

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A fábula do porco espinho

            

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:

Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.

Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.

E assim sobreviveram.



Moral da História



O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Você está acima do peso?

                          

“Venham todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei...” - Mateus 11:28

Existem dois pesos e duas medidas – uma evidencia o quanto estamos fisicamente acima do peso considerado saudável. O outro diz respeito ao nosso espírito que também se sobrecarrega, fica pesado...Sobre esta sobrecarga Jesus se apresentou como o solucionador. Ele disse ser capaz de nos aliviar deste peso. Esta massa espiritual se forma apartir dos medos, traumas, fracassos, decepções, angústias, pressões, insegurança...é a carga que nos torna lentos, cansados, e enfadados espiritualmente. Mas como este emagrecimento espiritual pode ocorrer? Bem, Jesus disse que precisamos substituir este carga pessoal por outra, que Ele chama de SEU JUGO. Jugo era um objeto usado para unir dois bois, afim de ararem juntos a terra. É mais conhecida como canga. Jesus quer nos propor uma libertação do peso da nossa auto suficiência, para nos submetermos plenamente à sua vontade. Por isso no texto de Mateus 11, Ele diz que devemos aprender com Ele que é manso e humilde de espírito. Embora pareçam sinônimos, são palavras diferentes. Mansidão é dispor o coração para aprender, e humildade é se submeter para viver o que se aprendeu. De nada vale receber uma instrução se você não estiver disposto a praticá-lo. Enquanto vivermos para satisfazer a nós mesmos e aos outros, nos sentiremos sobrecarregados, pesados, acima do peso saudável, proposto pela Bíblia.

Alguns estão reduzindo o estômago como saída para vencerem a obesidade, mas espiritualmente, a única redução cabível é a do nosso EU. Pense nisso, e viva uma vida saudável nos dois sentidos...

Pr.Marcos Davi Ferreira de Andrade

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fazendo o que dá certo!!

Fazendo o que dá certo

I Crônicas 14: 8 - 17

“As pessoas fazem o que dá certo”, a profundidade desta expressão está em que as pessoas geralmente reproduzem as ações que as levaram ao resultado favorável, ou a alguma compensação.

Todavia, repetir o que deu certo não é garantia de sucesso futuro, lembrando ainda que nem tudo que dá certo é certo.

Neste aspecto, as vitórias, muitas vezes, acabam se tornando grandes inimigas do sucesso para aqueles que não sabem explicar porque chegaram naquele resultado favorável.

A Bíblia conta a história do Rei Davi, no primeiro livro das Crônicas do reis de Israel, capítulo 14 de 8 a 17, narrando que quando ele se viu cercado pelos inimigos, buscou a orientação de Deus como primeira medida, seguiu então os planos do Senhor que o conduziu à vitória. Mais tarde, o mesmo inimigo fez nova investida contra o reino. Todavia, o Rei Davi não enxergou as estratégias militares, da última vitória, como o fator decisivo do sucesso, mas em sua visão, mais ampla, reconheceu a dependência de Deus, então novamente buscou ao Senhor e recebeu nova vitória.

Quando alcançamos êxito em algumas atitudes estratégicas diante dos problemas da vida tendemos a reproduzi-las em novas oportunidades. Contudo, o desafio é a busca de Deus em toda situação, como primeira medida e principal estratégia e não a reprodução, mecânica, do que já deu certo anteriormente. Aprenda com o Rei Davi a não dar um passo sem Deus.

“Podemos muito bem fazer planos para o nosso futuro, mas o resultado final é o Senhor Deus que produz.” Provérbios 16:1 (BV)

Portanto, o que dá certo é esperar em Deus, pois assim Ele irá adiante de nós.

“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera”.

Isaías 64:4



Um grande abraço. Luís Palmeira

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Torne-se uma criança




Deixai vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas.” Lucas 18:16


Cada um de nós já experimentou a beleza da maravilhosa fase da infância. Aquela fase em que tudo o que importa é a diversão e os relacionamentos. Ah! Que saudades do tempo em que o relógio parecia parar; do tempo das falas sinceras, dos gestos de amor espontâneos, das amizades profundas e leais, das surpresas constantes, dos sabores ainda a serem descobertos...Eu cresci e agora as horas nunca são suficientes para o que tenho que fazer, as amizades não são profundas porque não tenho tempo para investir nelas, as finanças se tornaram prioridade absoluta, as surpresas parecem não existir mais e a sinceridade se tornou conveniente...A verdade é que ao perdermos este jeito de criança, perdemos aquilo que nos identifica com o Reino de Jesus. E para recuperar esta marca precisamos voltar ao primeiro amor. O primeiro amor é a inocência dos primeiros anos da fé, quando desejávamos falar, ou melhor, gritar para o mundo inteiro o que havíamos descoberto: O AMOR DE DEUS. Repare em alguém recém convertido a Jesus: Sua ênfase é o evangelismo; sua motivação plena é o amor; sua estratégia é a sua vida; seus recursos são todos canalizados para cumprir a missão. E o melhor de tudo as circunstâncias não determinam suas ações. Quando foi que deixamos de ser como uma criança no Reino? Eu acredito piamente que tenha sido na negligência do evangelismo, do desprendimento dos recursos em favor do próximo, da disposição em servir, no esquecimento do doar-se para tornar a vida dos outros menos sofrida, do ceder o ombro para os que choram...Mas há uma esperança: Fisicamente não podemos interromper nosso envelhecimento, mas espiritualmente, podemos resgatar as atitudes do primeiro amor, e assim nos tornarmos semelhantes as crianças, agradando o Rei e refletindo o caráter do Reino.

Pr. Marcos Davi